Red apple juice
As melhores coisas do mundo
segunda-feira, janeiro 02, 2012
Quando começa um sonho?
Na beira do asfalto, sob um telhado irregular e envoltos por tijolos aparentes, pai e filha estão juntos em uma casa de um único cômodo.
Frágeis feixes de luz passam pela porta aberta e o pai observa sua menina diante de um grande caderno em branco.
Cuidadosamente, os dedos do pai encontram a pequena mão da filha e juntos eles seguram um lápis.
Forma-se a primeira palavra. A menina sorri, o pai deixa cair uma lágrima.
O sinal verde desvia meu olhar e dirijo para longe.
Enquanto isso, a menina preenche seus cadernos com sonhos.
E o pai a acompanha, orgulhoso.
Ela quer mudar o mundo com suas palavras.
E ele quer ver de perto.
domingo, março 27, 2011
A América feita de sonhos
Encontramos um lugar feito com a imaginação. Estar aqui é esquecer de que o mundo é mundo. É lembrar dos doces sorrisos da infância. Siga o carpe diem ao pé da letra, pois cada momento será inesquecível. Olhe em volta e mergulhe em seus próprios sonhos, imagine que eles também podem ser reais, incríveis e maravilhosos.
Visitar os parques de Walt Disney é embarcar em uma viagem que desejamos ser infinita. Famílias felizardas de todo o mundo se reúnem para celebrar o carinho, amigos abraçam a amizade e casais se apaixonam ainda mais. As crianças vivem os próprios sonhos. Pois aqui tudo é um sonho. Um sonho de um homem que se tornou realidade nas duas extremidades dos Estados Unidos.
Para você e por você
Um dos principais trunfos dos parques é saber como tornar cada visitante especial. Os detalhes estão em tudo, e fazem a diferença na hora da escolha de hotéis, restaurantes e outros serviços. Tudo é resolvido de maneira simples, fácil, digital e prática. Os problemas ficam para trás e é inacreditável pensar como um complexo tão grande pode funcionar tão perfeitamente.
A limpeza e a educação imperam. Simpatia é uma moeda de troca e sorrisos se multiplicam ao longo do dia. A frase de Walt Disney que intitula este post ilustra em poucas palavras o conceito e presente nos parques. Sem dúvida, se estivesse vivo hoje, o criador de Mickey Mouse estaria orgulhoso ao observar seu legado. Tudo que é imaginado e criado nos filmes ou nos parques remete à sua filosofia de imaginação e perfeição em primeiro lugar. Muitas das primeiras atrações, idealizadas por ele, ainda podem ser encontradas tanto na Flórida quanto na Califórnia. E as novidades criadas pelos imageneerings (“engenheiros da imaginação”) deixam os parques exatamente do jeito Walt gostaria que fossem.
Tudo que acontece no backstage condiz com outra frase célebre de Walt Disney: Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo. Mas é necessário ter pessoas para transformar seu sonho em realidade... Estima-se que cerca de 62 mil pessoas trabalhem no complexo Disney para dar vida à imaginação dos parques. Apenas o Walt Disney World Resort, na Flórida, contrata mais empregados que qualquer empresa nos Estados Unidos. E o melhor de tudo, todos têm a oportunidade: desde universitários interessados em intercâmbio até aposentados com espírito empreendedor.
Aqui, sonhos são realidade. Aproveite cada segundo e leve para casa as lembraças mais felizes do mundo.
Imagem: Joe Penniston
quarta-feira, julho 14, 2010
Uma declaração de amor à natureza
Logo nas primeiras páginas do livro "Na África Selvagem" (Wildflower - An Extraordinary Life and Untimely Death in Africa), interrompi a leitura algumas vezes para fazer pequenas buscas na internet. No Google Images digitei: Quênia, Ngala, Ngorongoro, Tanzânia... E logo descobri que o autor, o jornalista Mark Seal, tem razão: a ambientalista Joan Root viveu no mais belo lugar do mundo.
Lançada no Brasil pela Zahar Editora, "Na África Selvagem" é uma obra delicada e profunda, que não só traz uma grande história, mas uma bela história de amor. O título em inglês, aliás, define com perfeição Joan Root, uma mulher que foi verdadeiramente uma flor selvagem.
Ao explorar as selvas e savanas da África, onde a natureza equilibra vida e esplendor, a bela queniana Joan Root encontrou suas verdadeiras paixões. Viveu rodeada por animais selvagens - de gorilas e hipopótamos, a cobras e pássaros - todos em uma perfeita harmonia. Sempre ao lado de seu marido, o cineasta inglês Alan Root, a jovem descendente de britânicos iniciou uma jornada pelo continente africano em busca das melhores cenas da natureza selvagem. Após quase 30 anos de viagens e trabalhos, Joan e Alan Root foram reconhecidos em todo o mundo. Seus filmes ganharam prêmios e foram pioneiros documentaristas da natureza, justamente por seus autores se dedicarem integralmente à vida das paisagens que os cercavam e que tanto amavam.
Joan Root não só deixou um legado por trás das lentes que filmavam e fotografavam seu lar, mas também se dedicou - da mesma forma apaixonada aos seus filmes e a Alan - à preservação do lago Naivasha, no Quênia. Sua dedicação árdua, porém, foi interrompida pelo seu brutal assassinato, em janeiro de 2006. Poucos dias depois, a notícia chegaria ao experiente jornalista Mark Seal, que decidiu investigar a morte de Joan para escrever um artigo à revista Vanity Fair. Segundo Seal, a história teve um impacto tão profundo diante dos leitores, que ele decidiu ir além: se debruçou sob cartas, entrevistas, documentos e filmes para escrever um livro.
O resultado é uma obra delicada, que retrata a vida de Joan Root com maestria, simplicidade e dedicação, da mesma forma que a personagem encarava seus próprios desafios. Por dentro das palavras de Seal, a vida da ambientalista é inspiradora, e a vontade que surge após o fim do livro é de partir nas mesmas aventuras, se apaixonar pela natureza e viver cada momento de maneira inesquecível. Além disso, "Na África Selvagem" contextualiza os múltiplos problemas que ferem a beleza africana. No Quênia, Joan Root lutou contra a poluição e a pesca predatória, provenientes da chegada de milhares de trabalhadores ilegais para a produção gigantescas de flores na região.
Wildflower - An Extraordinary Life and Untimely Death in Africa (2009), Mark Seal
Na África Selvagem
Edição brasileira, 2010. Jorge Zahar Editor
252 p.
Para saber mais sobre documentários da natureza:
quarta-feira, junho 30, 2010
Pela liberdade, e em favor da qualidade
É por meio dos milhares de bits da web que milhares de vozes encontram um espaço para se propagarem nas redes digitais. A internet - em parceria com as redes sociais - amplia em larga escala opiniões, pontos de vista e críticas, mas está dando trabalho aos comunicadores sociais. De participação do leitor à busca pelo topo dos Trending Topics no Twitter, todos querem ser vistos, ouvidos e lidos. Mas como confiar em tantas informações? A melhor resposta é: Não confie. Busque sempre outras fontes antes de confiar.
Um dos principais pecados do jornalismo feito para web é a instantaneidade. O jornal on-line não fecha nunca. Nele, a notícia deve publicada o mais rápido possível, para que os internautas acompanhem todos os acontecimentos em tempo real. No entanto, quem realmente está fazendo diferença na internet não é o mais rápido, mas sim o que oferece a melhor qualidade na informação.
Talvez este seja um dos motivos da sobrevivência do jornal de papel. Nele a notícia é mais completa, mais lapidada e o melhor: é apurada. A apuração é um alicerce do jornalismo, e sem ela não há informação de qualidade. Porém, mais do que nunca a internet oferece múltiplas plataformas e formatos para o desenvolvimento de (boas) reportagens. O jornalismo digital pode ser rápido, porém, é ainda mais importante que ele seja bem feito.
Em maio deste ano, alguns veículos publicaram artigos e entrevistas com professores, especialistas em comunicação e grandes jornalistas que discutem o futuro do jornalismo e da própria profissão. Nada mais justo para homenagear do dia da imprensa – 3 de maio. O professor Carlos Alberto Di Franco, em artigo no jornal O Globo, defende a importância da pesquisa jornalística e sua importância para a formação de opinião:
“Não existe crise da mídia impressa. Existe sim, uma grave crise no modo de se fazer jornalismo. Reproduzimos, frequentemente, o politicamente correto. Não apuramos. Não confrontamos as informações de impacto com fontes independentes. Ficamos reféns de grupos que pretendem controlar a agenda pública. Mas o jornalismo de qualidade não pode ficar refém de ninguém, nem da Igreja, nem do movimento gay, nem dos ambientalistas, nem dos governos. Devemos, sim, ficar reféns da verdade.
Já o jornalista com Carl Bernstein –ganhador do prêmio Pulitzer pela cobertura do caso Watergate, ao lado de Bob Woodward – foi entrevistado pela revista Época e reconhece como a internet mudou a forma do manuseio da informação. E afirma que a informação de qualidade não deve mudar, mesmo com “proliferação da mídia” na internet:
“Minha preocupação não é com as plataformas pelas quais as notícias serão distribuídas. Minha preocupação se refere ao que devemos fazer para conservar nas novas plataformas os melhores padrões e tradições de reportagem que as grandes instituições jornalísticas conseguiram estabelecer no século XX. (...) Eu tenho a crença que toda boa reportagem tem de buscar nuances no contexto. Fatos empilhados não são necessariamente a verdade, mas o contexto reflete a verdade. Hoje, o que se lê muito na internet é opinião e até preconceitos políticos ou ideológicos. Dito isso, é preciso dizer que algumas grandes instituições, como The New York Times, The Washington Post, e The Wall Street Journal, têm feito uma transição de sucesso de suas edições para a internet e um jornalismo de alto nível também na web.” Para Bernstein, a busca da versão mais próxima à verdade sempre irá depender das boas reportagens.
Diante de opiniões e decisões sobre o rumo do jornalismo na internet, li o excelente “De Cuba, com carinho”, da filóloga, jornalista e blogueira cubana Yoani Sanchéz. Apesar de viver em uma país que censura e controla a imprensa, Sanchéz encontrou na web uma maneira de divulgar sua voz e suas críticas ao governo. Em um dos trechos do livro (composto por posts de seu blog Generación Y), ela descreve: “Milhares de acontecimentos se dão a cada dia, mas os disciplinados correspondentes dos telejornais não estão autorizados a informá-los. No seu lugar, mostram a Cuba idealizada de realizações agrícolas, superações conquistadas, visitas presidências, compromissos de resistência e pioneirinhos sorridentes. O telefonema autorizado a contar a realidade não chegou – ainda – à redação de nenhum jornal”.
Com um olhar sempre esperançoso, Sanchéz descreve com precisão a realidade de um país em que poucos se relacionam por intermédio das redes sociais. No entanto, ela afirma otimista que não só o conformismo diante da ditadura está chegando ao fim, mas também o silêncio do povo cubano. Por enquanto, é apenas na web que poucos cubanos encontram a democracia e forma precária e restrita. Em uma Cuba livre, sonha-se com liberdade de imprensa e com a internet desempenhando um papel ainda mais importante que a simples troca de informações.
sexta-feira, abril 02, 2010
A arte de um mundo pequenino
Além deste ensaio, Bousserez também nos brinda com o olhar urbano nas composições de Concrete & Urban e com os belos olhares de Faces. Todas as imagens estão disponíveis em seu site.
Mais imagens da mostra imperdível de Vicent Bousserez - Plastic Life.
Já o inglês Slinkachu prefere levar suas miniaturas diretamente para as ruas e assim, fazer delas os cenários para as fotografias. Suas ideias também começaram em 2005, mas inicialmente como um hobby. Slinkachu utiliza as ruas como galerias de arte permanente de suas miniaturas de maquetes, mesmo depois do registro para o blog. "Talvez muitos já se perderam por aí, alguns provavelmente foram chutados, ou ficaram destruídos com a chuva, mas é por isso que gosto deles. É uma maneira catártica de dizer adeus aos personagens que eu crio," afirmou o artista ao jornal inglês The Guardian.
Série Same Old Song, no Covent Garden - Londres.
Fotografia, arte, musica... E por que não literatura? Bem, esta já foi uma ideia minha para a capa do livro "Na Praia" de Ian McEwan. Ano passado, quando cursei a disciplina de "Ilustração Digital" na faculdade, precisei criar uma capa para um livro e então imaginei uma pequena maquete... Bastaram os dois bonequinhos, um cenário que busquei no Google Imagens, um pouco de farinha e a câmera!