domingo, março 30, 2008

Interpol inunda o Rio de Janeiro



Pouco tempo depois do lançamento do terceiro CD, Our Love To Admire, a newsletter oficial do Interpol anunciou: o Brasil, representado por Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, estava finalmente dentro da turnê que os fãs tanto esperavam.
No Rio de Janeiro, a banda nova-yorkina se apresentou no dia 13 de março, na sofrível Fundição Progresso. Lá dentro, o show começava com Pioneer to the Falls e a voz de Paul Banks abafava o temporal que caia na cidade. A chuva pingava no palco, e passava pelos holofotes dando um interessante efeito turvo que cobria a banda com cores enfumaçadas. Quando a segunda música, Obstacle 1, começou, Banks, Daniel Kessler (guitarra), Carlos D. (baixo) e Sam Fogarino (bateria) também já estavam envolvidos com a energia do público carioca. O suor se misturava com a água que pingava das goteiras da Fundição e os fãs cantaram em plenos pulmões sucessos como NARC e Slow Hands. O set-list, que misturou músicas dos três CDs, não deixou nenhuma música favorita de fora. Como quase ninguém esperava, canções como Leif Erickson, Stella was a driver and she was always down, e Peace is the Trick foram ainda mais arrepiantes ao vivo. E como nada é perfeito, o Interpol foi interrompido pela falha sonora da Fundição, quando tocava Not Even in Jail. Quinze minutos depois, a banda voltou com NYC e o público ajudou a reaquecer os instrumentos. E quando PDA parecia ter encerrado o show, eles voltaram para tocar Untitled, a primeira música do primeiro CD. Ao contrário do que foi insistentemente divulgado pela imprensa, Paul Banks é simpático e fala sim com o público. Diz “obrigado” e sorri.

O palco era iluminado com as luzes que se misturavam com as projeções nationalgeographicas em um telão ao fundo: inúmeras fotografias de animais, além da capa de Our Love to Admire, e feitas pelo fotógrafo Seth Smoot.
Mesmo com as falhas técnicas causadas pela terrível qualidade sonora da Fundição, a chuva e as goteiras, o Interpol arrasou e estampou sorrisos nos rostos de todos os fãs que esperaram anos para vê-los ao vivo. Merecemos vê-los outra vez, logo.
Quem foi para ver o Interpol ainda pôde assistir também Moptop (cujas influências são The Strokes, The Strokes e The Strokes), banda carioca sempre animada simpática e que abre cada vez melhor os shows.


Pioneer to the falls
Obstacle 1
C'mere
NARC
Pace is the trick
Say hello to the angels
Leif Erikson
Mammoth
No I in threesome
Slow hands
Rest my chemestry
The lighthouse
Evil
The Heinrich Maneuver
Not even jail
________________________

NYC
Stella was a driver and she was always down
PDA
________________________

Untitled





site oficial da banda: www.interpolnyc.com

terça-feira, março 11, 2008

Na arena com o mito




Bob Dylan deveria ser como sua turnê: nunca acabar. Sua voz, sua postura e presença são tão marcáveis que o público carioca ficou anestesiado depois de seu show sábado, dia 08/03 no RioArena. Os fãs (e também os nem tão fãs assim), pararam, olharam, admiraram, cantaram e vibraram desde o início com "Rainy Day Woman #12 & 35" até chegar ao fim, o ápice com os sucessos "Like a Rolling Stone" (lançada em 65) e "Blowin´in the Wind" (de dois anos anos antes, presente no álbum "The Freewheeling Bob Dylan"), passando pelas novas músicas lançadas no "Modern Times".
Com voz e melodias marcáveis, as canções de Bob são recohecidas facilmente. Em seu show, porém, as músicas tomam rumos melódicos diferentes, apesar de continuarem com a mesma essência e letra.
Aqui no Rio de Janeiro, o público viu Bob Dylan por quase 2 horas e presenciou um show com o som perfeito e uma simplecidade que caminha ao lado da perfeição. Talvez esta tenha sido a última oportunidade de vê-lo em solo carioca. Mas desejamos ouvir os acordes de sua guitarra, teclado e gaita por muito mais tempo. Talvez, quem sabe, a turnê nunca acabe. Do Rio, Bob seguiu para o Chile e continuará na América Latina fazendo shows na Argentina. Aqui, a "Never Ending Tour" segue nos cinemas, com o lançamento do filme "Não Estou Lá" (I´m Not There), que traz Christian Bale, Heath Ledger e Cate Blanchett (indicada ao Oscar este ano pelo papel), interpretando a lenda viva do verdadeiro rock´n´roll.

Site oficial de Robert Zimmerman : www.bobdylan.com